sábado, 18 de abril de 2009

A Intercessão de Abraão como modelo

Texto: Gênesis 18.20-33

" (20) Aí o Senhor disse a Abraão:– Há terríveis acusações contra Sodoma e Gomorra, e o pecado dos seus moradores é muito grave. (21) Preciso descer até lá para ver se as acusações que tenho ouvido são verdadeiras ou não.(22) Então dois dos visitantes saíram, indo na direção de Sodoma; porém Abraão ficou ali com Deus, o Senhor. (23) Abraão chegou um pouco mais perto e perguntou:– Será que vais destruir os bons junto com os maus? (24) Talvez haja cinqüenta pessoas direitas na cidade. Nesse caso, vais destruir a cidade? Será que não a perdoarias por amor aos cinqüenta bons? (25) Não é possível que mates os bons junto com os maus, como se todos tivessem cometido os mesmos pecados. Não faças isso! Tu és o juiz do mundo inteiro e por isso agirás com justiça. (26) O Senhor Deus respondeu:– Se eu achar cinqüenta pessoas direitas em Sodoma, perdoarei a cidade inteira por causa delas. (27) Abraão voltou a dizer:– Perdoa o meu atrevimento de continuar falando contigo, pois tu és o Senhor, e eu sou um simples mortal. (28) Pode acontecer que haja apenas quarenta e cinco pessoas direitas. Destruirás a cidade por causa dessa diferença de cinco?Deus respondeu:– Se eu achar quarenta e cinco, não destruirei a cidade. (29) Abraão continuou:– E se houver somente quarenta bons?– Por amor a esses quarenta, não destruirei a cidade – Deus respondeu.(30) Abraão disse:– Não fiques zangado comigo, Senhor, por eu continuar a falar. E se houver só trinta?Deus respondeu:– Se houver trinta, eu perdoarei a cidade. (31) Abraão tornou a insistir:– Estou sendo atrevido, mas me perdoa, Senhor. E se houver somente vinte?– Por amor a esses vinte, não destruirei a cidade – Deus respondeu. (32) Finalmente Abraão disse:– Não fiques zangado, Senhor, pois esta é a última vez que vou falar. E se houver só dez?– Por causa desses dez, não destruirei a cidade – Deus respondeu. (33) Quando o Senhor Deus acabou de falar com Abraão, ele foi embora, e Abraão voltou para casa."

Para Abraão ter a ousadia de pedir a preservação de toda uma cidade, ele tomou atitudes inteligentes:

(1) Permaneceu ainda na presença do Senhor (v. 22): Quando consideramos alguém amigo, temos a liberdade de pedir a ele um favor e sentimos liberdade na presença dessa pessoa. Por isso, Abraão que posteriormente foi chamado de “amigo de Deus”, teve a ‘santa ousadia’ de orar ao Senhor e apresentar o seu pedido. Só é possível agirmos assim, com liberdade na presença de Deus, quando crescemos no conhecimento Dele e percebemos o quanto Ele é misericordioso. Esse conhecimento, entretanto, só se dá quando há constância. Abraão não passeava na presença de Deus. Ele permaneceu. Ele persistiu. Ele prosseguiu. Não parou para olhar o quanto o pedido dele poderia ser ‘impossível’ aos olhos humanos. Por pior que fosse a situação, Abraão creu que Deus poderia mudá-la. Continuar crendo no caráter de Deus, na Sua misericórdia e amor, na capacidade Dele de resolver qualquer circunstância.

(2) Aproximou-se Dele (v. 23): Abraão não via o Senhor como um Juiz sem misericórdia, distante e iracundo. Ele tomou uma atitude de se aproximar Dele. Para muita gente, Deus é alguém que está tão afastado de nós, que é quase um estranho. Todavia, quando alguém vê Deus como Pai, como amigo e tem um relacionamento de comunhão com Ele, tal pessoa sente a liberdade de aproximar-se de Deus e fazer suas petições, sem constrangimento. Na prática, isso significa fazer a oração com fé. Pois a Bíblia nos diz em Hebreus 11.6. O que nos leva a orar a Deus é crer que Ele dará uma resposta às nossas orações, ainda que não saibamos como essa resposta será. Os pensamentos de Deus são mais altos e Ele sempre tem realmente a solução mais justa e amorosa possível, até quando não entendemos o porquê das coisas. A Bíblia diz que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28) e sabemos que Deus tomou a decisão de destruir aquela cidade, pois ela poderia acabar contaminando o resto da humanidade. É a velha história do “tomate podre” ou da amputação de um dedo para salvar o resto do corpo.

(3) Compreendeu melhor a mente de Deus. Não foi a oração de Abraão que fez Deus mudar de idéia, mas Deus, através da busca sincera do patriarca, pôde se revelar a ele e mudar seus pensamentos. Abraão chegou a fazer o pedido, pois sabia o quanto misericordioso Deus era. No final da sua intercessão, Abraão percebeu que além de misericordioso, Deus era justo e bondoso. Nossas orações não farão Deus mudar de idéia, mas poderão mudar nossos pensamentos assim como as orações de Abraão mudaram os dele. A oração ajuda-nos a entender melhor a mente de Deus.
Deus não tem prazer em destruir as pessoas más, porém Ele precisa punir o pecado. Ele é tanto justo quanto misericordioso. Devemos expressar nossa gratidão a Deus, pois essa mesma misericórdia chegou até nós e nos alcançou através de Jesus.
Ele concedeu aos homens de Sodoma e Gomorra um teste justo. Ele não estava ignorando as práticas malignas dos habitantes da cidade, mas em sua justiça e paciência, Deus ofereceu ao povo de Sodoma uma última chance de arrependimento. Ele ainda está à espera, dando às pessoas a oportunidade de se voltarem para Ele (2 Pe 3.9).

(4) Entendeu que as respostas de Deus são provenientes da perspectiva do próprio Deus. Deus mostrou a Abraão que é permitido pedir qualquer coisa, desde que se tenha o entendimento de que as respostas de Deus virão do ponto de vista do próprio Deus. Nem sempre elas estarão de acordo com as nossas expectativas, pois somente Ele conhece toda a história. Será que você não ouviu a resposta de Deus para alguma oração porque não considerou qualquer resposta possível diferente da esperada?

CONCLUSÃO: Esta passagem não apenas revela que Deus ouve e responde nossas orações, mas que também preserva os iníquos por causa dos retos. Vemos também que Abraão não prosseguiu pedindo a preservação das cidades por causa de um menor número do que dez justos. Ao contrário deste fato, a intercessão de nosso Senhor Jesus Cristo não conhece limites, visto que Ele é capaz de salvar completamente (Hebreus 7.25), pois Ele vive para interceder por nós. Há alguma coisa em sua vida que o impede de sentir à vontade diante de Deus? Sua insistência é teimosia?


Mensagem pregada pela Prª Walquíria Paiva na Igreja do Evangelho Quadrangular do Parque Santa Tereza - Jandira/SP.